terça-feira, 21 de outubro de 2008

Quem sabe eu escreva algo agora...

Esse título parece introdução à poesia de Bilac. "Ouvi estrelas, ora direis...", quem neste mundo concreto, frio e poluído, olha para os astros...

No máximo, no máximo... prestamos atenção nas estrelas confinadas no youtube, na TV, e muitas vezes não prestamos atenção às suas vozes, às suas mensagens, ao timbre afinado e desconcertante que quer nos transmitir, subliminarmente, uma emoção que a razão teima em escamotear.

Elas se contorcem, buscam compensar a baixa estatura com uma grandeza humana intangível, inalcancável. Saltam para perigosos penhascos, mergulhando na lava incadescente das paixões e voltam, majestosas, com o rosto reluzente à vida. Emergem dos palcos, olham, ressabiadas, como sempre, ao acompanhamento que lhes cercam. Buscam apoio em algo. Mas, sentem que estão sós. E neste momento fecham os olhos e, tais como as ísis do Egito, movimentam as suas bocas em busca de um vento incessante que, ao lado de beija-flores e libélulas, liberam a essência da vida para frutificar em outros corações por toda a eternidade.

Elis, não é por alguma data comemorativa de seu nascimento ou morte, mas este post é em tua homenagem. E por tudo que as suas canções me fizeram descobrir