segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Almofada

Quisera eu mergulhar profundamente
em seu alvo corpo formado de penas e ar
abraçar - com minhas 8 patas - todo o teu ser
preencher o meu corpo com as tuas lacunas
com peçazinhas que se encaixam e se desencaixam de forma única.

Me vejo afundando de cabeça em tua brancura
alvor que não se traduz em uma pureza lacônica e monótona
Se veste de gostosa melancolia. De uma luz que se abre em espelhos narcísicos
que de teu corpo de forma imperfeita
se traduz em mais-que-perfeição.

Tempo do futuro do pretérito. Aquele que nunca vai ser.

Quisera ter coragem de falar-te palavras reais. Um duro eu te amo - do qual sei que tens medo.
Quisera ser audaz e negar este terror que habita meu vermelho coração.
Vermelho, que inunda e destonifica o branco de seu corpo.
Talvez tenha medo que o vermelho das minhas palavras
ocupe o lugar que deveria ser do meu corpo.

definitiva e para sempre. Infeliz. Para Sempre.

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