Roberto Carlos estava no tanque da minha casa, lavando o arroz que seria oferecido como néctar dos deuses a africanos famintos.
Misturavam-se os grãos, a carne e a manteiga. Com suas próprias mãos, amassava aquela massa, tornava-se a ir e vir a matéria insonsa que, após muito esforço e contando apenas com a fogueira do corpo, iria se transformar em pão. O pão da vida?
Apenas a água branco. Um branco branco, sujo de impurezas, mas limpo de coração, escorria. Rumo ao ralo. Uma água que deslizava para os interiores carregando tudo o que sobejava. Restava, naquela massa cozidia, a esperança da fartura. A saciedade do sustento.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
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