segunda-feira, 24 de março de 2008

Haja trevas!

De repente, o espaço era sem forma... e aparentemente completo! Havia muita luz, uma luz incadescente, que causava cegueira nas criaturas!

Eis que irrompe Deus e grita: "Haja Trevas"! E trevas se fizeram! Desta forma completou-se a mágica da vida, do olhar... sem trevas, não há como se definir a luz. E vice-versa.

Foi neste instante que Paulo parou. E vislumbrou a mágica do amor. No instante segundo em que a instantânea penumbra de um lusco-fusco ininterrupto dava lugar a um ordem de coisas mais definida, Paulo pôde ver - explicitamente visto - o desenlance de laços que se agarravam no meio da pista cheia. No meio de gente fervida, de gente igual, de gente procurando seus próprios rastros de auto-estima, em vão, no seu outro, Paulo pode ver que faísca saiu do encontro de dois olhares.

Foi num piscar de olhos, mas foi eterno. Foi pra sempre. Naquela eternidade já descrita por Vinicius, que pode durar por toda a vida, por toda a intensidade, mesmo que seja por um mísero segundo... mesmo que não prossiga no nosso tempo carnal.

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